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sábado, 11 de dezembro de 2010

Químico não é só cientista maluco

Renata Baptista
As pessoas imaginam o químico como aquele cientista louco que fica o tempo todo no laboratório. Essa, porém, é apenas uma de suas facetas. Com a afirmação, o professor Ivano Gutz, vice-presidente da Associação Brasileira de Química (ABQ) - Regional São Paulo e chefe do departamento de química fundamental da USP, tenta desmitificar a imagem do profissional e apontar outras frentes em que ele pode atuar.
Segundo Ivano, apesar de haver boas perspectivas em ensino e pesquisa, o setor produtivo ainda é a principal área de atuação dos químicos. A produção e a comercialização de produtos químicos ainda é o que mais emprega. Atualmente, o profissional está sendo muito solicitado também por questões ambientais e na indústria alimentícia, diz.
De acordo com o coordenador do curso de química no campus de Presidente Prudente da Unesp, Homero Marques Gomes, quem opta por fazer licenciatura também está habilitado a trabalhar em empresas, ampliando ainda mais o campo de atuação do profissional. Poucos sabem disso. A educação é sempre uma área em expansão. Se a pessoa optar pelo magistério, a chance de estar empregado é quase que total.
Gostar de matérias da área de exatas é imprescindível para um bom desempenho durante o curso. De acordo com o professor Homero, das 41 disciplinas da graduação, 34 são da área. Ele explica que a química se divide em quatro áreas -analítica, físico-química, inorgânica e orgânica- e que, no primeiro ano do curso, é feita uma espécie de revisão de tudo o que é -ou deveria ser- visto durante o ensino médio em química.
Segundo o presidente da comissão de graduação do Instituto de Química da USP, Mauro Bertotti, os alunos podem definir por qual área de atuação da química eles preferem atuar. Logo no início, os estudantes cursam uma disciplina chamada iniciação científica e têm que passar um semestre desenvolvendo uma pesquisa em laboratório. As opções são inúmeras, uma vez que, aqui na USP, existem 110 docentes disponíveis, cada um com sua linha de pesquisa específica, como nanotecnologia ou biotecnologia.

De acordo com Mauro, muitos dos alunos se dão tão bem durante a pesquisa que acabam ganhando bolsas e até conseguem divulgá-la em publicações científicas. No último ano, eles podem optar por cumprir os créditos na indústria, como estágio, ou por cursar disciplinas em outras unidades da USP. Pode ser algo sobre cosméticos em farmácia ou algo de botânica em biologia. Eles seguem os próprios interesses. O curso é bastante flexível. 

[Folha de S.Paulo ]



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