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sábado, 11 de dezembro de 2010

Ácidos Carboxílicos

Ácidos Carboxílicos

São compostos que contêm o grupo funcional carboxilo (-COOH), assim chamado por ser formalmente a combinação de um grupo carbonilo e um grupo hidroxilo. Como resultado da combinação de ambos os grupos funcionais, o grupo hidroxilo experimenta um acentuado aumento de acidez. Os ácidos carboxílicos formam ligações de hidrogénio mais fortes que as dos álcoois uma vez que as suas ligações O-H estão mais polarizadas e o átomo de hidrogénio que serve de ponte pode-se unir a um oxigénio carbonílico, que está carregado muito mais negativamente que o oxigénio do outro grupo hidroxilo, como no caso dos álcoois. Por este motivo, os ácidos carboxílicos existem na forma de dímeros cíclicos no estado sólido e líquido:


Os espectros IV dos ácidos carboxílicos alifáticos mostram uma intensa absorção do grupo carbonilo a 1700 cm-1 e uma ampla região de vibração de tensão da ligação O-H, que se estende entre 3600 e 2500 cm-1 devido às ligações por pontes de hidrogénio. Esta banda larga de absorção é característica dos ácidos carboxílicos. Nos espectros RMN dos ácidos carboxílicos destaca-se fortemente a posição do singlete do protão ácido que aparece a valores de d compreendidos entre 11 e 13, uma vez que a densidade electrónica do hidrogénio carboxílico é muito baixa.



Para numerar de modo sistemático os ácidos carboxílicos, substitui-se a terminação do nome do hidrocarboneto que contém o grupo carboxilo pelo sufixo -oico. Assim, por exemplo, o composto CH3 - (CH2)5 - COOH chamar-se-á ácido heptanóico. Ao numerar a cadeia de um ácido carboxílico deve-se considerar sempre número 1 o carbono carboxílico.



Os compostos com menos de seis átomos de carbono recebem nomes vulgares muito usuais: fórmico, acético, propiónico, butírico e valeriânico. Também são muito empregados os nomes vulgares dos ácidos dicarboxílicos até sete átomos de carbono: oxálico, malónico, succínico, glutárico, adípico e pimélico.


Os sais dos ácidos nomeiam-se variando a terminação -óico dos nomes dos ácidos pelo sufixo -ato seguindo-se o nome do catião. Assim, por exemplo, o composto CH3 - COONa chamar-se-áacetato de sódio.

Os pontos de fusão e de ebulição dos ácidos carboxílicos são mais elevados que os dos compostos de igual peso molecular, devido à forte associação intermolecular por ligações de hidrogénio.

A solubilidade dos ácidos carboxílicos na água diminui com o comprimento da cadeia hidrocarbonada. Os sais sódicos dos ácidos carboxílicos simples são solúveis em água.

Os ácidos carboxílicos obtêm-se por oxidação de aldeídos ou de álcoois primários.

O mais importante dos ácidos carboxílicos é o ácido acético ou etanóico, que se emprega como solvente e para fabricar corantes e acetato de celulose.



Fonte:



Importância da Química para o Meio Ambiente




Importância da Química para o Meio Ambiente
A partir da década de 60 o mundo foi tomado por uma nova ordem. A informação transformou nosso planeta em um sistema único e cada vez mais integrado. Quando vimos a primeira fotografia do nosso planeta tirada de uma nave espacial, descobrimos que a Terra é azul, flutuando no espaço. Descobrimos também o perigo dos pesticidas, do lixo urbano e industrial e que nosso ar estava se tornando cada vez mais poluído. O modelo econômico, mostrava-se claramente sua capacidade de destruição do nosso Planeta. Além, disso a indústria química era vista como um mero transformador dos recursos naturais para o consumo humano sem se importar com os rejeitos impactantes ao meio ambiente.

Embora com toda a informação e discussão sobre as questões ambientais ainda ocorrem muita desinformação ou contra-informação, o que às vezes dificulta a escolha da melhor opção preventiva ou mesmo paliativa para o problema. Parte desta desinformação pode ser atribuída a um erro histórico dos químicos. Há quatro décadas, quando deixou-se a sociedade sem respostas quando se questionaram, por exemplo, os riscos inerentes ao uso do DDT, dos metais pesados e da emissão de gases causadores de efeito estufa, dentro outros. Vem dessa época também a disseminação de um sentimento de associar a química com o impactante, o nocivo, o sintético (não-natural).

Os avanços da química impactaram, por outro lado, em grandes benefícios para o ser humano, como mostra, no Brasil, os dados do recentes do IBGE. A expectativa de vida do brasileiro passou de 43,3 anos, na década de 50, para 68,1 aos em 1998. Para exemplificar alguns avanços da química: na área de saneamento ambiental e processos de desinfecção de água, ao aumento e diversificação da produtividade agrícola à custa de insumos químicos, bem como da bioquímica, que serve como base da medicina preventivas, desenvolvendo vacinas e novas drogas que aumentam a nossa longevidade. Assim em uma análise centrada em risco/benefício, os químicos podem se sentir muito à vontade para afirmar que suas contribuições têm sido crucial para a melhoria da qualidade de vida no planeta. No entanto, ainda há questões sem respostas, com por exemplo, qual a exatidão e magnitude do efeito estufa e quais suas consequências. Ou ainda, não se tem respostas sobre a toxicidade de todas as novas moléculas que são produzidas.

Cabe a todas as Disciplinas de estudo promover a qualidade de vida de toda a humanidade e respeitando e preservando todas as formas de vida do Planeta.

Mesmo com todos os avanços na área da ciência, ainda vemos grandes populações privadas de algumas tecnologias básicas.E daí encontramos um mudo com grandes injustiças sociais, e países sendo classificados como "desenvolvidos" ou "subdesenvolvidos" ou ainda em "desenvolvimento". A grande reflexão que nós químicos devemos fazer é o quanto temos contribuído para intensificação dessas desigualdades e o que podemos fazer para reversão dessa situação. E daí talvez consigamos enxergar através das vidraças do laboratório uma população e um ambiente que precise cada vez mais de nós.

A importância da Química é cada vez mais crescente para o meio ambiente. Encontrar soluções para o paradigma entre a necessidade de consumo dos recursos naturais e sua preservação é um dos papéis importantes da Química de hoje. Alguns exemplos da atuação da Química, pode-se citar como a produção de produtos biodegradáveis, recuperação de rios poluídos, a reciclagem de resíduos, o tratamento de esgotos e outros.


Fonte:

Químico não é só cientista maluco

Renata Baptista
As pessoas imaginam o químico como aquele cientista louco que fica o tempo todo no laboratório. Essa, porém, é apenas uma de suas facetas. Com a afirmação, o professor Ivano Gutz, vice-presidente da Associação Brasileira de Química (ABQ) - Regional São Paulo e chefe do departamento de química fundamental da USP, tenta desmitificar a imagem do profissional e apontar outras frentes em que ele pode atuar.
Segundo Ivano, apesar de haver boas perspectivas em ensino e pesquisa, o setor produtivo ainda é a principal área de atuação dos químicos. A produção e a comercialização de produtos químicos ainda é o que mais emprega. Atualmente, o profissional está sendo muito solicitado também por questões ambientais e na indústria alimentícia, diz.
De acordo com o coordenador do curso de química no campus de Presidente Prudente da Unesp, Homero Marques Gomes, quem opta por fazer licenciatura também está habilitado a trabalhar em empresas, ampliando ainda mais o campo de atuação do profissional. Poucos sabem disso. A educação é sempre uma área em expansão. Se a pessoa optar pelo magistério, a chance de estar empregado é quase que total.
Gostar de matérias da área de exatas é imprescindível para um bom desempenho durante o curso. De acordo com o professor Homero, das 41 disciplinas da graduação, 34 são da área. Ele explica que a química se divide em quatro áreas -analítica, físico-química, inorgânica e orgânica- e que, no primeiro ano do curso, é feita uma espécie de revisão de tudo o que é -ou deveria ser- visto durante o ensino médio em química.
Segundo o presidente da comissão de graduação do Instituto de Química da USP, Mauro Bertotti, os alunos podem definir por qual área de atuação da química eles preferem atuar. Logo no início, os estudantes cursam uma disciplina chamada iniciação científica e têm que passar um semestre desenvolvendo uma pesquisa em laboratório. As opções são inúmeras, uma vez que, aqui na USP, existem 110 docentes disponíveis, cada um com sua linha de pesquisa específica, como nanotecnologia ou biotecnologia.

De acordo com Mauro, muitos dos alunos se dão tão bem durante a pesquisa que acabam ganhando bolsas e até conseguem divulgá-la em publicações científicas. No último ano, eles podem optar por cumprir os créditos na indústria, como estágio, ou por cursar disciplinas em outras unidades da USP. Pode ser algo sobre cosméticos em farmácia ou algo de botânica em biologia. Eles seguem os próprios interesses. O curso é bastante flexível. 

[Folha de S.Paulo ]



Vídeo da reação química: Ácido Sulfúrico reagindo com Açúcar


http://www.youtube.com/watch?v=sGFNEdbJ55M

Vídeo da reação:cloreto de potássio e bala de goma

http://www.youtube.com/watch?v=txkRCIPSsjM

A história da primeira Lei da Termodinâmica

Os cientistas que contribuíram decisivamente para o aparecimento da primeira Lei da Termodinâmica foram os seguintes:
Carnot - O pai da Termodinâmica

Nicolas Léonard Sadi Carnot físico francês apresentou em 1824 um trabalho “ Réflexions sur la puissance motrice du feu et sur les machines propres a développer cette puissance ” ( Reflexões sobre a potência motriz do fogo e sobre as máquinas preparadas para desenvolver essa potência ) que foi inicialmente ignorado, e actualmente constitui uma das obras-primas da História das Ciências.
Carnot escreveu no seu trabalho a frase:
“Ninguém ignora que o calor pode ser a causa do movimento. Que ele possui até uma grande potência motriz: as máquinas a vapor, hoje tão espalhadas, são uma prova eloquente para quem tiver olhos para ver.”
É em torno do desempenho das máquinas a vapor que Carnot estabelece uma das mais importantes sistematizações da Termodinâmica, delimitando a transformação de energia térmica (calor) em energia mecânica (trabalho). Ele acreditava na criação de energia mecânica por simples transporte de calórico . Por exemplo, a máquina a vapor realizava trabalho quando o calor passava da fonte quente (caldeira) para a fonte fria (condensador).
Carnot descreveu uma máquina ( a máquina térmica ) na qual comparou a queda do calórico com a queda de água de uma caixa de água. Ao considerar o facto de que essa água podia voltar à sua caixa por intermédio de uma bomba, concluiu que a sua máquina poderia trabalhar de modo reversível , isto é, ora deixando o calórico cair da fonte quente para a fonte fria , ora elevando-o da fria para a quente .
No seu estudo Carnot admitiu como correcta a Teoria do Calórico , o que implicava que no processo que ocorre na máquina a vapor haja conservação de calor.
Carnot apresentou sem o justificar, um número, 3,62 J cal -1 , representando a quantidade de potência motriz (trabalho) necessária para produzir uma certa quantidade de calor, usando um raciocínio semelhante ao que seria utilizado mais tarde, em 1842, pelo físico Julius Mayer .
Mais tarde, em 1832, Carnot morreu de cólera e descobriu-se uma série de notas, nas quais descreveu novas experiências com a sua máquina, em que se veio a verificar que ele tinha posto de lado a Teoria do Calórico e sugeriu que o que havia era conservação de energia e não de calor.
“Podemos estabelecer como tese geral que a potência motriz existe em quantidade invariável na Natureza, que ela nunca é, propriamente falando, nem produzida nem destruída. Na verdade ela muda de forma, isto é, ela produz umas vezes um tipo de movimento outras vezes um tipo diferente, mas nunca é destruída. Este princípio deduz-se por si só, digamos assim, da teoria mecânica.”
Eis esboçando a primeira Lei da Termodinâmica ao apresentar a conservação da energia e a possibilidade de transformações recíprocas das diferentes formas de energia.
Esta conclusão já tinha sido estabelecida anteriormente graças aos trabalhos de Mayer , Joule e Helmholtz , mas após 40 anos da morte de Carnot é que se publicou a obra em que se tornou evidente que ele já tinha chegado à primeira Lei da Termodinâmica antes de todos os outros. Actualmente é considerado o pai da Termodinâmica.
Mayer
Julius Robert Mayer interessou-se também com a relação existente entre o calor e o trabalho, durante uma viagem em que se alistou como médico de bordo de um navio em direcção a Java. Durante a viagem diversos marinheiros precisaram de ser sangrados e comparou o sangue com o dos habitantes de Java. Ele ficou surpreendido pelo facto do sangue venoso dos naturais da ilha ser um vermelho mais vivo do que o dos Europeus, atribuindo tal diferença ao fenómeno segundo o qual o organismo humano, dada a elevada temperatura do clima tropical, teria de produzir menos calor para cobrir as perdas dele do que é preciso na Europa, onde a temperatura do ambiente é notavelmente inferior. Mayer supôs que se devia ao facto de haver uma certa relação quantitativa entre o calor desenvolvido internamente pelo corpo e o perdido para o exterior, sendo este no entanto, dependente da temperatura externa.
Assim, já em casa, Mayer procurou formalizar essa ideia sobre a conversão de calor em trabalho e também a maneira de medir o equivalente mecânico do calor .
A primeira Lei da Termodinâmica, de acordo com a qual calor e trabalho são mutuamente interconversíveis, foi primeiramente estabelecida de maneira clara pelo físico e médico alemão Julius Robert Mayer, em 1842.
“Quando um sistema material apenas troca trabalho mecânico e calor com o exterior, e volta de seguida ao seu estado inicial: se o sistema recebeu trabalho, cedeu calor; se o sistema recebeu calor, forneceu trabalho; há uma razão constante entre o trabalho ( w ) e a quantidade de calor ( q ) trocadas:   = constante = J , em queJ é designado por equivalente mecânico do calor.”
Mayer concluiu que a relação existente entre o calor e o trabalho também existia entre várias formas de energia: a química, a eléctrica, etc.
Ele obteve para J um valor em torno de 3,56 J cal -1 . Se ele tivesse usado os dados experimentais actuais teria chegado ao valor conhecido actualmente ( 4,184 J cal -1 ) .

Clausius
O físico alemão Rudolf Julius Emanuel Clausius apresentou ideias que tiveram influência na formulação da primeira Lei da Termodinâmica e também na segunda Lei da Termodinâmica.
Clausius apresentou o critério que quer o trabalho quer o calor fornecidos pelo exterior ao sistema são positivos. Pelo contrário, quer o trabalho quer o calor fornecidos pelo sistema ao exterior são negativos

Joule
Em 1843, o físico inglês James Prescott Joule convenceu os cépticos de que o calor não era uma substância, finalizando com a Teoria do Calórico e conduzindo àTeoria Mecânica do Calor .
A partir de um grande número de experiências , Joule chegou à mesma conclusão que Mayer, de que o mesmo efeito podia ser conseguido quer fornecendo calor quer fornecendo trabalho.
Com todo o seu trabalho Joule verificou que o equivalente mecânico do calor é 4,154 J . Ao comparar o valor do equivalente mecânico do calor conhecido atualmente e o obtido por Joule, verifica-se que o erro experimental de Joule é de aproximadamente 1%. Em sua homenagem a unidade do sistema internacional (SI) de energia, sob todas as formas, é o Joule, embora se utilize ainda, por tradição, a caloria.
Joule concluiu que a energia potencial podia transformar-se em energia cinética e a energia cinética podia transformar-se em calor. Mas, de uma maneira geral era impossível que a energia se gerasse do nada. O calor e a energia mecânica podem portanto ser consideradas como manifestações diferentes da mesma quantidade física: a energia .







História da Química

Química

A história da química está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento do homem, já que abarca todas as transformações de matérias e as teorias correspondentes. Com frequência a história da química se relaciona intimamente com a história dos químicos e — segundo a nacionalidade ou tendência política do autor — ressalta em maior ou menor medida os sucessos alcançados num determinado campo ou por uma determinada nação.
A ciência química surge no século XVII a partir dos estudos de alquimia populares entre muitos dos cientistas da época. Considera-se que os princípios básicos da química se recolhem pela primeira vez na obra do cientista britânico Robert Boyle: The Sceptical Chymist (1661). A química, como tal, começa a ser explorada um século mais tarde com os trabalhos do francês Antoine Lavoisier e as suas descobertas em relação ao oxigênio, à lei da conservação da massa e à refutação da teoria do flogisto como teoria da combustão.
Primeiros avanços da química
O princípio do domínio da química (que para alguns antropólogos coincide com o princípio do homem moderno) é o domínio do fogo. Há indícios de que faz mais de 500.000 anos, em tempos do Homo erectus, algumas tribos conseguiram este sucesso que ainda hoje é uma das tecnologias mais importantes. Não só dava luz e calor na noite, como ajudava a proteger-se contra os animais selvagens. Também permitia a preparação de comida cozida. Esta continha menos microorganismos patogênicos e era mais facilmente digerida. Assim, baixava-se a mortalidade e melhoravam as condições gerais de vida.
O fogo também permitia conservar melhor a comida e especialmente a carne e os peixes secando-os e defumando-os.
Desde este momento teve uma relação intensa entre as cozinhas e os primeiros laboratórios químicos até o ponto que a pólvora negra foi descoberta por uns cozinheiros chineses.
Finalmente, foram imprescindíveis para o futuro desenvolvimento da metalurgia materiais como a cerâmica e o vidro, além da maioria dos processos químicos.
A metalurgia
A metalurgia como um dos principais processos de transformação utilizados até hoje em dia começou com o descobrimento do cobre. Ainda que exista na natureza como Elemento químico, a maior parte acha-se em forma de minerais como a calcopirita, a azurita ou a malaquita. Especialmente as últimas são facilmente reduzidas ao metal. Supõe-se que algumas jóias fabricadas de algum destes minerais e caídas acidentalmente ao fogo levaram ao desenvolvimento dos processos correspondentes para obter o metal.
Depois, por experimentação ou como resultado de misturas acidentais se descobriu que as propriedades mecânicas do cobre podiam-se melhorar em suas ligas de metais. Especialmente sucesso teve a liga de metais do cobre com o estanho e traças de outros elementos como o arsênico — liga conhecida como bronze — que se conseguiu de forma aparentemente independente no Oriente Próximo e na China, desde onde se estendeu por quase todo o mundo e que deu o nome à Idade do Bronze.
Umas das minas de estanho mais importantes da Antiguidade se achavam nas Ilhas Britânicas. Originalmente o comércio foi dominado pelos Fenícios. Depois, o controlo deste importante recurso provavelmente fora a razão da invasão romana na Britânia.

Metal incandescente. Os Hititas foram uns dos primeiros em obter o ferro a partir dos seus minerais. Este processo é muito mais complicado já que requer temperaturas mais elevadas e, portanto, a construção de fornos especiais. No entanto, o metal obtido assim era de baixa qualidade com um elevado conteúdo em carbono, tendo que ser melhorado em diversos processos de purificação e, posteriormente, ser forjado. A humanidade demorou séculos para desenvolver os processos atuais de obtenção de aço (geralmente por oxidação das impurezas insuflando oxigênio ou ar no metal fundido, processo conhecido com o nome de "processo de Bessemer"). O seu domínio foi um dos pilares da Revolução Industrial.
Outra meta metalúrgica foi a obtenção do alumínio. Descoberto a princípios do século XIX e, no princípio, obtido por redução dos seus sais com metais alcalinos, destacou pela sua ligeireza. O seu preço superou o do ouro e era tão apreciado que uns talheres presenteados à corte francesa foram fabricados neste metal. Com o descobrimento da síntese por eletrólise e posteriormente o desenvolvimento dos geradores elétricos, o seu preço caiu, abrindo-se novo.
A cerâmica
Outro campo de desenvolvimento que acompanhou o homem desde a Antiguidade até o laboratório moderno é a cerâmica. Suas origens datam da pré-história, quando o homem descobriu que os recipientes feitos de argila mudavam as suas características mecânicas e incrementavam sua resistência frente à água se eram esquentados no fogo. Para controlar melhor o processo desenvolveram-se diferentes tipos de fornos.

No Egipto descobriu-se que, recobrindo a superfície com misturas de determinados minerais (sobretudo misturas baseadas no feldspato e a galena, esta se cobria com uma capa muito dura e brilhante, o esmalte, cuja cor podia variar livremente adicionando pequenas quantidades de outros minerais e/ou condições de aeração no forno). Estas tecnologias difundiram-se rapidamente. Na China aperfeiçoaram-se as tecnologias de fabricação das cerâmicas até descobrir a porcelana no século VII. Somente no século XVIII foi que Johann Friedrich Böttger reinventou o processo em Europa.
Fibra ópticaRelacionado com o desenvolvimento da cerâmica está o desenvolvimento do vidro a partir do quartzo e do carbonato de sódio ou de potássio. O seu desenvolvimento igualmente começou no Antigo Egipto e foi aperfeiçoado pelos romanos.
A sua produção em massa no final do século XVIII obrigou ao governo francês a promover um concurso para a obtenção do carbonato sódico, já que com a fonte habitual - as cinzas da madeira - não se obtinham em quantidades suficientes como para cobrir a crescente demanda. O ganhador foi Nicolas Leblanc, ainda que seu processo caiu em desuso devido ao processo de Solvay, desenvolvido meio século mais tarde, que deu um forte impulso ao desenvolvimento da indústria química.
Sobretudo as necessidades da indústria óptica de vidro de alta qualidade levaram ao desenvolvimento de vidros especiais com adicionados de boratos, aluminosilicatos, fosfatos etc. Assim conseguiram-se vidros com constantes de expansão térmica especialmente baixas, índices de refracção muito elevados ou muito pequenos, etc. Este desenvolvimento impulsionou, por exemplo, a química dos elementos das terras-raras.
Ainda hoje a cerâmica e o vidro são campos abertos à investigação.
A química como ciência

O Alquimista, de Pietro LonghiO filósofo grego Aristóteles pensava que as substâncias estavam formadas por quatro elementos: terra, vento, água e fogo. Paralelamente, discorria outra teoria, o atomismo, que postulava que a matéria estava formada por átomos, partículas indivisíveis que se podiam considerar a unidade mínima da matéria. Esta teoria, proposta pelo filósofo grego Demócrito de Abdera não foi popular na cultura ocidental dado o peso das obras de Aristóteles em Europa. No entanto, tinha seguidores (entre eles Lucrécio) e a idéia ficou presente até o princípio da Idade Moderna.
Entre os séculos III a.C. e o século XVI d.C a química estava dominada pela alquimia. O objetivo de investigação mais conhecido da alquimia era a procura da pedra filosofal, um método hipotético capaz de transformar os metais em ouro. Na investigação alquímica desenvolveram-se novos produtos químicos e métodos para a separação de elementos químicos. Deste modo foram-se assentando os pilares básicos para o desenvolvimento de uma futura química experimental.

Antoine Lavoisier é considerado o pai da química modernaA química, como é concebida actualmente, começa a desenvolver-se entre os séculos XVI e XVII. Nesta época estudou-se o comportamento e propriedades dos gáses estabelecendo-se técnicas de medição. Pouco a pouco foi-se desenvolvendo e refinando o conceito de elemento como uma substância elementar que não podia ser descomposto em outras. Também esta época desenvolveu-se a teoria do flogisto para explicar os processos de combustão.
Por volta do século XVIII a química adquire definitivamente as características de uma ciência experimental. Desenvolvem-se métodos de medição cuidadosos que permitem um melhor conhecimento de alguns fenômenos, como o da combustão da matéria, descobrindo Antoine Lavoisier o oxigênio e assentando finalmente os pilares fundamentais da química moderna.
O vitalismo e o começo da química orgânica

Friedrich WöhlerTão cedo se compreendessem os princípios da combustão, outro debate de grande importância apoderou-se da química: o vitalismo e a distinção essencial entre a matéria orgânica e inorgânica. Esta teoria assumia que a matéria orgânica só podia ser produzida pelos seres vivos atribuindo este facto a uma vis vitalis (força ou energia vital) inerente na própria vida. A base desta teoria era a dificuldade de obter matéria orgânica a partir de precursores inorgânicos.
Este debate foi revolucionado quando Friedrich Wöhler descobriu acidentalmente como se podia sintetizar a ureia a partir do cianato de amónio, em 1828, mostrando que a matéria orgânica podia criar-se de maneira química. No entanto, ainda hoje se mantém a classificação em química orgânica e inorgânica, ocupando-se a primeira essencialmente dos compostos do carbono e a segunda dos compostos dos demais elementos.
Os motores para o desenvolvimento da química orgânica eram, no princípio, a curiosidade sobre os produtos presentes nos seres vivos (provavelmente com a esperança de encontrar novos fármacos) e a síntese dos corantes ou tinturas. A última surgiu depois da descoberta da anilina por Runge e a primeira síntese de um corante artificial por Perkin.
Depois adicionaram-se os novos materiais como os plásticos, os adesivos, os cristais líquidos, os fitossanitários, etc.
Até à Segunda Guerra Mundial a principal matéria-prima da indústria química orgânica era o carvão, dada a grande importância da Europa no desenvolvimento desta parte da ciência e o facto de que em Europa não há grandes jazigos de alternativas como o petróleo.
Com o final da segunda guerra mundial e o crescente peso dos Estados Unidos no sector químico, a química orgânica clássica se converte cada vez mais na petroquímica que conhecemos hoje. Uma das principais razões era a maior facilidade de transformação e a grande variedade de produtos derivados do petróleo.
A tabela periódica e a descoberta dos elementos químicos
Retrato de Dmitri Mendeleyev por Ilya RepinEm 1860, os cientistas já tinham descoberto mais de 60 elementos químicos diferentes e tinham determinado sua massa atômica. Notaram que alguns elementos tinham propriedades químicas similares pelo que deram um nome a cada grupo de elementos parecidos.
Em 1829, o químico J. W. Döbenreiner organizou um sistema de classificação de elementos no qual estes agrupavam-se em grupos de três denominados tríades. As propriedades químicas dos elementos de uma tríade eram similares e suas propriedades físicas variavam de maneira ordenada com sua massa atômica.
Alguns anos mais tarde, o químico russo Dmitri Ivanovich Mendeleyev desenvolveu uma tabela periódica dos elementos segundo a ordem crescente das suas massas atômicas. Dispôs os elementos em colunas verticais começando pelos mais levianos e, quando chegava a um elemento que tinha propriedades semelhantes às de outro elemento, começava outra coluna. Em pouco tempo Mendeleiev aperfeiçoou a sua tabela acomodando os elementos em filas horizontais.
O seu sistema permitiu-lhe predizer com bastante exatidão as propriedades de elementos não descobertos até o momento. A grande semelhança do germânio com o elemento previsto por Mendeleyev conseguiu finalmente a aceitação geral deste sistema de ordenação que ainda hoje segue-se aplicando.
Desenvolvimento da teoria atômica
Ao longo do século XIX a química estava dividida entre os seguidores da teoria atómica e aqueles que não a subscreviam, como Wilhelm Ostwald e Ernst Mach. Os impulsores mais decididos da teoria atômica foram Amedeo Avogadro, Ludwig Boltzmann e outros, que conseguiram grandes avanços no entendimento do comportamento dos gases. A disputa foi finalizada com a explicação do efeito Browniano por Albert Einstein em 1905 e pelos experimentos de Jean Perrin a respeito.
Muito antes que a disputa tivesse sido resolvida muitos pesquisadores tinham trabalhado sob a hipótese atômica. Svante Arrhenius tinha pesquisado a estrutura interna dos átomos propondo a sua teoria da ionização. O seu trabalho foi seguido por Ernest Rutherford, quem abriu as portas ao desenvolvimento dos primeiros modelos de átomos que desembocariam no modelo atômico de Niels Bohr. Na actualidade o estudo da estrutura do átomo considera-se um ramo da física e não da química.